Estavam os dois sentados sem nada para dizer quando ele se virou para ela e lhe disse "tenho fome". Então pegou num pedaço do universo e meteu-o à boca. Comeu devagar, sem pressas. Comeu com amor, saboreando cada pedaço da matéria que os constituía. No fim já só restavam minúsculas estrelas, as migalhas do cosmos, na sua barba. A seguir deitaram-se, abraçados, a ver as estrelas voltarem ao normal, depois daquela entropia inesperada.
Novamente silêncio, daquele que não é constrangedor, aquele silêncio que só pessoas que encontraram o amor conhecem.
Disseram que somos feitos da mesma matéria das estrelas, somos dois universos num só.
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